Gente, eu moro em Balneário Camboriú há sete anos. Odeio mudanças, e só nessa cidade já me mudei quatro vezes. Mas o assunto não é esse, o problema é o meu vigia, ou melhor, o vigia do prédio em que moro atualmente. Seu Carlos é um senhor simpático, de 50 e tantos anos, bate na altura dos meus ombros e é meio cego e bastante surdo, mas muito simpático e atencioso, às vezes até demais, outras bem de menos.
Não temos porteiro, apenas um piazão, ou um gurizão, ou meninão (dependendo da onde você é, ou como preferir) que faz a limpeza, entrega a correspondência e fica de conversa fiada com o zelador do prédio ao lado. Durante a noite temos vigias. Seu Carlos é o oficial, mas tira folga duas vezes na semana, em compensação pelo trabalho noturno. Então ou vem o gordinho loiro que traz pastel na marmita, ou o moreno alto que tira os sapatos, senta no sofá do hall de entrada, põe os pés em cima da mesinha e assiste o corujão na tv.
Lembro que quando eu morava em um prédio que tinha porteiros, era só aparecer no hall de entrada pra que eles viessem contar as fofocas dos vizinhos. Seu Carlos não conta fofocas dos vizinhos, ele só fala do tempo, e a frase só muda dependendo da estação. Enquanto anda atenciosamente mais rápido na minha frente para abrir a porta do elevador, no verão ele diz: “Mais tá calor, né?!”, e no inverno: “Mais tá frio, né?!”. E assim o tempo puxa um assunto que puxa outro e que puxa mais algum e ele nunca para de falar enquanto eu fico dentro do elevador e ele segurando a porta.
Mas o verdadeiro problema não é esse. Na noite passada cheguei em casa por volta das duas da manhã, estranhei porque não encontrei o Seu Carlos na garagem (eu sempre utilizo a entrada da garagem) e quando olhei não o vi sentadinho dormindo na cadeira (como é de costume). Quando cheguei no hall de entrada, ele estava em pé, na frente da televisão (que monitora as câmeras de segurança do prédio) assistindo um filme pornô. Logo que me viu, ele tentou mudar de canal, mas como é baixinho e a TV fica em um suporte alto na parede ele não conseguiu, então olhou pra mim e como se não tivesse acontecido nada disse, “mais tá calor, né?!”. Estava muito frio e ele com três blusas.
Bjos da Alvina.
Não temos porteiro, apenas um piazão, ou um gurizão, ou meninão (dependendo da onde você é, ou como preferir) que faz a limpeza, entrega a correspondência e fica de conversa fiada com o zelador do prédio ao lado. Durante a noite temos vigias. Seu Carlos é o oficial, mas tira folga duas vezes na semana, em compensação pelo trabalho noturno. Então ou vem o gordinho loiro que traz pastel na marmita, ou o moreno alto que tira os sapatos, senta no sofá do hall de entrada, põe os pés em cima da mesinha e assiste o corujão na tv.
Lembro que quando eu morava em um prédio que tinha porteiros, era só aparecer no hall de entrada pra que eles viessem contar as fofocas dos vizinhos. Seu Carlos não conta fofocas dos vizinhos, ele só fala do tempo, e a frase só muda dependendo da estação. Enquanto anda atenciosamente mais rápido na minha frente para abrir a porta do elevador, no verão ele diz: “Mais tá calor, né?!”, e no inverno: “Mais tá frio, né?!”. E assim o tempo puxa um assunto que puxa outro e que puxa mais algum e ele nunca para de falar enquanto eu fico dentro do elevador e ele segurando a porta.
Mas o verdadeiro problema não é esse. Na noite passada cheguei em casa por volta das duas da manhã, estranhei porque não encontrei o Seu Carlos na garagem (eu sempre utilizo a entrada da garagem) e quando olhei não o vi sentadinho dormindo na cadeira (como é de costume). Quando cheguei no hall de entrada, ele estava em pé, na frente da televisão (que monitora as câmeras de segurança do prédio) assistindo um filme pornô. Logo que me viu, ele tentou mudar de canal, mas como é baixinho e a TV fica em um suporte alto na parede ele não conseguiu, então olhou pra mim e como se não tivesse acontecido nada disse, “mais tá calor, né?!”. Estava muito frio e ele com três blusas.
Bjos da Alvina.
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